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Parece que este ano, e em estreia, vou finalmente passar o reveillon num sítio que não em minha casa ou de familiares. Há vários anos que insisto com o meu namorado para irmos para algum lado neste dia, mas nunca o consegui convencer, e no ano passado a coisa deu mesmo para o torto e quase que a conversa acabava com o namoro. Mas este ano vamos passar em casa de uns amigos, só 3 ou 4 casais. Ora não sendo uma festança de arromba num sítio chique, vai mais de encontro àquilo que é o nosso conceito de diversão do que ir para uma discoteca ou estar na rua (dizem que vai chover muito) com uma garrafa de champanhe na mão.
A verdade é que um "revelhão" em grande, uma festa assim de "arrebimba o malho" para recordar para o resto da vida como a melhor noite de sempre, foi coisa com que sempre sonhei, mas sinceramente agora já perdi um pouco essas expectativas. Pode ser que aconteça agora, ou para o ano ou mesmo daqui a 20 ou 30 anos, ou nunca, que eu ainda espero estar cá para ver muitas vezes a contagem decrescente, e pessoas a subirem para cima de cadeiras com dinheiro nas mãos, e cuecas azuis, e a comer passas a fazer caretas (blhé, eu é com pinhões que a pessoa é fina) e a bater panelas (que, por outro lado, a pessoa vive nos subúrbios).
Neste momento, já só me apetece passar um bom bocado, rir-me um bocadinho e que não aconteçam desgraças, ou seja, que seja uma passagem de ano assim para lá de mais-ou-menos.
Não sou casada, não tenho filhos, sou (tecnicamente) filha única e ainda vivo em casa dos meus pais, tenho 24 anos. Ainda não estou preparada para deixar de ter natal, para passar a ser eu a comprar tudo a toda a gente e não receber nada de ninguém. Não estava no ano passado e não estava este ano, mas foi o que aconteceu. Não me parece justo. Como é que isto pode ser?
Será que eu me portei mal o ano inteiro? Fui uma menina má? Não, estive desempregada o ano inteiro mas andei sempre à procura, fiz curso da vida (in)activa mandado pelo centro de emprego, fiz todas as apresentações quinzenais, fui a uma mão cheia de entrevistas. Não fiz mal a ninguém, não me meti nos copos nem nas drogas, não traí o meu namorado, não fiz sexo anal. Comecei a fazer exercício, fui às compras de supermercado todas as semanas, ofereci lembranças quando viajei e presentes aos filhos das amigas. Aturei merdas de muita gente e tentei ao máximo que não tivessem que aturar as minhas.
"Ah o natal é para as crianças" mas quando é que eu deixei de ser criança, e porque raio ninguém me avisou? Tanta coisa na minha vida que está na mesma desde que eu era criança, inclusivé a minha altura, os meus pés e a minha cara. Ainda não posso fazer o que eu quero. Porque é que têm de me tirar já o natal?
O ano passado custou mais, este custou menos. Acredito que a partir de agora custe sempre menos um bocadinho. Mas é bem pior do que quando descobri que o Pai Natal não existe.
O que mais me lixa? As pessoas preocuparem-se mais com a obrigação de dar alguma coisa aos outros, aos de fora, "para não parecer mal", e fazer o brilharete com o dinheiro, o trabalho e a imaginação dos outros, e quem está cá em casa não interessar.
É tudo, por agora, para o ano há mais.
É à bruta e sem grandes "ronhonhós" que chegam as músicas 22 e 23, numa edição dedicada aos amigos metaleiros. Porque este blog quer é variedade e as canções de natal não fogem à regra.
Primeiro, Corey Taylor (és lindoooo), o vocalista de Slipknot, a transmitir na perfeição o sentimento daqueles que andam ainda às compras a esta altura do campeonato:
Corey Taylor - X-M@$
E depois os "oldie but goldie", os dinossauros Iron Maiden a darem um ar da sua graça nesta época, que fica sempre bem.
Iron Maiden - Another rock and roll christmas
Inspirada pela malta do sapo, vou então enumerar o melhor de 2013 nas categorias sugeridas. Claro que isto é tudo subjectivo e a minha opinião, são os meus melhores, o que gostei eu gostei mais, não quero saber do que diz o resto do mundo.
Vam' lá ver:
1 - Melhor Série - The Walking Dead
2 - Melhor Filme - Silver Linings Playbook
3 - Melhor Livro - O Prisioneiro do Céu
4 - Melhor Viagem - Rio de Janeiro
5 - Melhor Post
Descobri esta música ainda agora no facebook, mas gostei muito, portanto veio já direitinha aqui parar.
Eu bem que fazer queixas ao Pai Natal e perguntar "Pai Natal, o que é que eu te fiz de mal?", mas isso fica para outro post ;)
Os Azeitonas - Queixa ao Pai Natal
Em contagem decrescente para o final desta estopada! Estou a pensar numa música assim mesmo espectacular para dia 25 :D
A música do dia é alegre porque hoje alcancei um feito incrível: consegui comprar 90% das prendas de Natal num dia só!
E é com sotaque espanhol, e é da banda sonora do Glee, que me gusta muchissimo!
Glee - Feliz Navidad
Bom, ainda bem que já estamos quase no Natal que eu já estou a ficar sem ideias.
O vídeo de hoje é do comediante/ventríloquo Jeff Dunham e do seu personagem Achmed, The Dead Terrorist. A miúsica é um original do talentoso comediante e chama-se Jingle Bombs, é muito engraçado.
Achmed the Dead Terrorist sings Jingle Bombs
Hoje foi um dia bom.
Hoje foi dia de passear por Lisboa sozinha.
O pretexto de ter uma entrevista de manhã cedo levou-me finalmente a sair dos subúrbios, onde durmo, e ir passear na minha cidade. Não estava um dia lindo, estava cinzento, mas adorei vê-la mesmo assim.
Tomei o pequeno almoço na recém estreada Padaria Portuguesa da Barata Salgueiro, ali bem pertinho da Avenida da Liberdade. Depois desci a avenida em direcção à Baixa, onde fiz o périplo habitual de Chiado, Rua Augusta, Terreiro do Paço e Cais das Colunas, onde me demorei um pouco a contemplar e a deixar-me emocionar por aquela beleza que hoje estava ali só para mim.
Durante todo o percurso fui olhando sempre tudo à minha volta e notando todos os pormenores e as diferenças da cidade em relação à altura em que passava ali quase todos os dias. E senti-me tão bem, mesmo estando ali sozinha, tão feliz só de estar ali que nem sei bem explicar. Mas ao mesmo tempo senti uma tristeza e uma sensação de me estar a despedir de tudo - infelizmente é assim que tenho olhado para os sítios e momentos mais bonitos nesta cidade ultimamente - e pensei que deve ser isto que os estrangeiros acham tão estranho nos portugueses, esta alegria triste, e senti-me tão portuguesa como a calçada que pisava.
Notei também mudanças nesta zona. Estão a transformar a Baixa, principalmente a Av. da Liberdade, naquilo que poderia ser Lisboa como uma qualquer avenida de uma qualquer cidade cosmopolita europeia, ou mesmo mundial. Com as grandes grifes internacionais ali todas reunidas, o cheiro a dinheiro a exalar por entre as portas das lojas, algumas delas guardadas com polícias à porta, um repelente para os pobres. O que não deixa de ser irónico, porque achei também que Lisboa se está a transformar simultaneamente numa cidade de um país de terceiro mundo, a julgar pela quantidade de pessoas a dormir nas ruas e pelas mãos que se nos estendem à nossa passagem. Umas pedem para si, outros pedem para instituições várias de solidariedade.
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